Thursday, 21 March
Dirty Burgers + Projection!
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Noite de hambúrguéres à quinta! Apareçam para desfrutar dos hamburguéres menos gourmet e mais saborosos da cidade, tudo temperado com boa música e boa companhia!
We will have burger night on thursday!! please come by and enjoy burgers, company and good music in Disgraça!
Made from plants, cooked by apes. -----------------------------------------------Para ir apimentando as semanas prévias ao Tattoo Circus 2019, um ciclo de cinema para celebrar esse instinto que prevalece nalguns humanos de jamais abdicarem de alcançar a liberdade.
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Quando, por artes tecnológicas e farmacológicas, desaparecer do ser humano a vontade de alcançar a liberdade que lhe foi retirada, então teremos a prova de que já não somos humanos.
De todos os géneros de cinema será o de fugas da prisão o mais minimal? O mais simples e directo? Aquele em que a personagem principal mais facilmente ganha a empatia do espectador?
Até certo ponto todos estes filmes se assemelham. Como todas as prisões se assemelham. Quanto menos soubermos dos protagonistas melhor. O que os levou lá para dentro? O que os espera lá fora? Fogem de campos de prisioneiros nazis ou prisões de regimes democráticos? Pouco importa.
Toda a gente se identifica com o seu desejo de liberdade, de escapar das celas e da rotina que lhes é imposta na prisão, onde tudo é pensado para os quebrar, para os reduzir a autómatos obedientes. E em último caso para lhes tirar a vida.
Mas nem todos os prisioneiros estão dispostos a correr os riscos que acarreta a fuga falhada: severas punições ou o pelotão de fuzilamento.
Põem-se desafios cinematográficos também para os realizadores destes filmes: como filmar em espaços reduzidos? Como transmitir a claustrofobia? Como dar a ideia da passagem opressiva de grandes intervalos de tempo, quando a principal actividade numa prisão é precisamente queimar tempo?Elogio do "Do it yourself", há que encontrar, dissimular, fabricar as ferramentas que permitam cavar o buraco, abrir a porta ou saltar o muro. Todo o talento do prisioneiro deve ser aproveitado ao máximo e de forma criativa. Há que pensar e planear tudo ao mais ínfimo detalhe, cronometrar a ronda do guarda e estudar a canalização atrás da parede.
Estamos no terreno do herói obsessivo e só ele terá sucesso porque falhar não é opção. Fugas em grupo ou individuais, tudo tem de ser ponderado, principalmente em quem confiar.
Será interessante também pensar no que reserva o futuro para este conceito de "prisão" e alguns filmes de ficção científica fizeram-no. De que serve saltar o último muro, se diante da prisão propriamente dita está à espera a "cidade-prisão" onde todos são controlados, vigiados e restringidos? Como escapar dessas prisões subtis que ganham existência hoje em dia, diante dos nossos olhos?
Primeiro filme nesta quinta-feira, dia 21 às 22h:
Fugiu um condenado à morte" / "Un condamné à mort s'est échappé" / Robert Bresson / 1956 / 101 min
A quarta longa-metragem de Robert Bresson baseia-se num caso verídico, o do tenente Fontaine, condenado à morte por participar na resistência contra a ocupação nazi em França. A sua fuga será uma corrida contra o tempo, da sentença que pesa sobre ele, da porta que tem de desmontar somente com o auxílio de uma colher, dos fuzilamentos que ouve a partir da sua cela. Foi a única fuga da prisão militar de Montluc em Lyon, onde 7000 perderam a vida. Bresson aplica de modo ainda mais estrito os austeros princípios de realização: despojamento da imagem, escolha de atores não profissionais, cenários reduzidos, ausência de música de cinema e oposição entre monólogo e diálogo.
Date & Time:
Category:
- bar/cafe
- film
- food
Price:
- 3-5 €